Neste domingo (24), a banda Restart gravou seu primeiro DVD; em São Paulo, na tradicional domingueira Happy Rock Sunday, que há cinco edições abarrota a casa HSBC Brasil com adolescentes coloridos e histéricos. O Virgula Música ligou para o vocalista Pe Lu para trocar uma ideia sobre esse e outros assuntos.
Pedro Lucas, 19, atende e conta que está dirigindo, mas que dá pra falar. Está parado no trânsito, indo buscar seu pai no trabalho. É um momento raro: algumas horas de vida "normal" que o vocalista do Restart conseguiu nesses tempos de agenda sobrecarregada.
"Tô há 20 dias longe de casa e hoje apareceu a chance de passar um tempo com a família. Mas amanhã já temos reunião, aula de espanhol, várias coisas."
NERVOSISMO
As atividades da vida "normal" ficaram mais complicadas. Tipo ir no shopping. "Tem assédio o tempo todo. A gente mexe muito com criança, então tem muita tia, mãe, que vem pedir foto pra dar pras crianças."
Apesar disso, Pe Lu não se vê como "banda de sucesso". "Seria prepotente da nossa parte, ainda falta muito. Pra mim o Skank é uma banda de sucesso, por enquanto somos apenas 'bem-sucedidos'. Temos pouco tempo de carreira, mas já é legal ver programas de humor zoando com a gente."
Outro aspecto interessante de ficar famoso é ter oportunidade de conhecer outros famosos, especialmente pessoas que você admira. Já rolou algum situação de deixar nervoso? "A gente ficou bem tenso quando tocamos num evento em Canela (RS) outro dia. O show era acústico. Nas fileiras da frente, estava o pessoal do Exaltasamba, o Arlindo Cruz, Pepeu Gomes, Inimigos da HP, Armandinho, Fafá de Belém, vários caras do sertanejos, a gente deu uma tremida na base. Mas foi demais, depois o pessoal do Exalta veio elogiar, o Arlindo falou que não para de ouvir nosso CD por causa da filha, foi muito legal."
Não foi a única vez em que os caras do Restart ficaram nervosos. "Quando a gente foi gravar o programa da Xuxa, o coração tava acelerado também, mas ela foi ótima, recebeu a gente muito bem."
HOSTILIDADE
Mas nem só de sorrisos e braços abertos vive o estrelato do Restart. O grupo, assim como o movimento que representa ("bandas coloridas", "happy rock", você escolhe), provoca reações indignadas de um bocado de gente, que enxerga neles um sinal claro da "decadência", tanto da música brasileira quanto do gosto dos ouvintes mais jovens. O padrão dos "haters" do Restart é nítido: quanto mais velha e mais roqueira for a pessoa, maior parece ser a ira contra os moleques.
"A galera do rock é muito preconceituosa e eu acho que isso enfraquece o gênero no Brasil", acredita Pe Lu. "Artistas do sertanejo e do samba tocam 30 vezes por mês, no rock não acontece isso. Nesses outros gêneros, os artistas apoiam os outros, quem tá há mais tempo ensina, compartilha."
As alfinetadas de Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial (que disse que perto de Restart, Fresno "era Dostoiévski" e que, no VMB, disparou "rock'n'roll é preto"), foram especialmente sentidas.
"Sou fã do Dinho, o acústico do Capital é um discos da minha vida, por isso fiquei meio chateado com as coisas que ele disse", lamenta ele. "Por outro lado, tudo que é novo pode gerar hostilidade. Se falam é porque estamos incomodando, estamos aparecendo".
Digo que achei a banda muito educada no último VMB (onde levaram cinco prêmios), chegando a agradecer um grupo da plateia que os vaiou. Não tem hora que dá vontade de mandar à m***?
"Eu não tenho essa pegada, eu prefiro tentar entender", diz Pe Lu, diplomático. "Num evento como o VMB rola muita torcida organizada. No fim, a vaia não acrescenta nada pra ninguém, nem pra quem vaiou nem pra quem foi vaiado. Mas democracia é isso aí, faz parte".
REBELDIA JÁ ERA
Ser legal e bem comportado faz parte da postura do Restart. Mas será que eles são sempre assim? A curiosidade é grande: qual a coisa mais doida e rebelde, mais rock'n'roll, que eles já fizeram?
"Eu acho esse conceito de 'doideira', sexo, drogas e rock'n'roll meio ultrapassado, uma coisa que parou ali nos anos 80", confessa Pe Lu. "Ele não se encaixa hoje em dia. Antigamente, ele tinha uma razão de ser, era uma maneira de se posicionar contra a sociedade quadrada da época, era uma maneira de forçar mudança. Hoje em dia, é o contrário. Tem tanto sexo e droga que até cansa. Ficou escrachado. Hoje todo mundo já fumou maconha com 14 anos, todo mundo já transou."
"Hoje em dia eu acho que o amor, a postura tranquila, essas coisas é que conseguirão mudar o mundo. Você pode passar tempo com seus pais e não precisa cair de bêbado para ser rock'n'roll", conclui Pe Lu.
Se dizendo fã de Beatles (e muito a fim de levar sua mãe no show do Paul McCartney), Pe Lu revela que um músico que ele tem admirado muito ultimamente é John Mayer. "Para mim, é um dos melhores instrumentistas hoje em dia. O DVD dele é obrigatório."
Falando em DVD, o do Restart será direto ao ponto. "Pensamos em mil coisas, em 3D, mas pareceu mais legal mesmo filmar nosso show no Happy Rock, que é uma festa feita pela gente 100% e, modéstia à parte, é um sucesso." Segundo ele, o lançamento deve rolar até o fim do ano.
Pedro Lucas, 19, atende e conta que está dirigindo, mas que dá pra falar. Está parado no trânsito, indo buscar seu pai no trabalho. É um momento raro: algumas horas de vida "normal" que o vocalista do Restart conseguiu nesses tempos de agenda sobrecarregada.
"Tô há 20 dias longe de casa e hoje apareceu a chance de passar um tempo com a família. Mas amanhã já temos reunião, aula de espanhol, várias coisas."
NERVOSISMO
As atividades da vida "normal" ficaram mais complicadas. Tipo ir no shopping. "Tem assédio o tempo todo. A gente mexe muito com criança, então tem muita tia, mãe, que vem pedir foto pra dar pras crianças."
Apesar disso, Pe Lu não se vê como "banda de sucesso". "Seria prepotente da nossa parte, ainda falta muito. Pra mim o Skank é uma banda de sucesso, por enquanto somos apenas 'bem-sucedidos'. Temos pouco tempo de carreira, mas já é legal ver programas de humor zoando com a gente."
Outro aspecto interessante de ficar famoso é ter oportunidade de conhecer outros famosos, especialmente pessoas que você admira. Já rolou algum situação de deixar nervoso? "A gente ficou bem tenso quando tocamos num evento em Canela (RS) outro dia. O show era acústico. Nas fileiras da frente, estava o pessoal do Exaltasamba, o Arlindo Cruz, Pepeu Gomes, Inimigos da HP, Armandinho, Fafá de Belém, vários caras do sertanejos, a gente deu uma tremida na base. Mas foi demais, depois o pessoal do Exalta veio elogiar, o Arlindo falou que não para de ouvir nosso CD por causa da filha, foi muito legal."
Não foi a única vez em que os caras do Restart ficaram nervosos. "Quando a gente foi gravar o programa da Xuxa, o coração tava acelerado também, mas ela foi ótima, recebeu a gente muito bem."
HOSTILIDADE
Mas nem só de sorrisos e braços abertos vive o estrelato do Restart. O grupo, assim como o movimento que representa ("bandas coloridas", "happy rock", você escolhe), provoca reações indignadas de um bocado de gente, que enxerga neles um sinal claro da "decadência", tanto da música brasileira quanto do gosto dos ouvintes mais jovens. O padrão dos "haters" do Restart é nítido: quanto mais velha e mais roqueira for a pessoa, maior parece ser a ira contra os moleques.
"A galera do rock é muito preconceituosa e eu acho que isso enfraquece o gênero no Brasil", acredita Pe Lu. "Artistas do sertanejo e do samba tocam 30 vezes por mês, no rock não acontece isso. Nesses outros gêneros, os artistas apoiam os outros, quem tá há mais tempo ensina, compartilha."
As alfinetadas de Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial (que disse que perto de Restart, Fresno "era Dostoiévski" e que, no VMB, disparou "rock'n'roll é preto"), foram especialmente sentidas.
"Sou fã do Dinho, o acústico do Capital é um discos da minha vida, por isso fiquei meio chateado com as coisas que ele disse", lamenta ele. "Por outro lado, tudo que é novo pode gerar hostilidade. Se falam é porque estamos incomodando, estamos aparecendo".
Digo que achei a banda muito educada no último VMB (onde levaram cinco prêmios), chegando a agradecer um grupo da plateia que os vaiou. Não tem hora que dá vontade de mandar à m***?
"Eu não tenho essa pegada, eu prefiro tentar entender", diz Pe Lu, diplomático. "Num evento como o VMB rola muita torcida organizada. No fim, a vaia não acrescenta nada pra ninguém, nem pra quem vaiou nem pra quem foi vaiado. Mas democracia é isso aí, faz parte".
REBELDIA JÁ ERA
Ser legal e bem comportado faz parte da postura do Restart. Mas será que eles são sempre assim? A curiosidade é grande: qual a coisa mais doida e rebelde, mais rock'n'roll, que eles já fizeram?
"Eu acho esse conceito de 'doideira', sexo, drogas e rock'n'roll meio ultrapassado, uma coisa que parou ali nos anos 80", confessa Pe Lu. "Ele não se encaixa hoje em dia. Antigamente, ele tinha uma razão de ser, era uma maneira de se posicionar contra a sociedade quadrada da época, era uma maneira de forçar mudança. Hoje em dia, é o contrário. Tem tanto sexo e droga que até cansa. Ficou escrachado. Hoje todo mundo já fumou maconha com 14 anos, todo mundo já transou."
"Hoje em dia eu acho que o amor, a postura tranquila, essas coisas é que conseguirão mudar o mundo. Você pode passar tempo com seus pais e não precisa cair de bêbado para ser rock'n'roll", conclui Pe Lu.
Se dizendo fã de Beatles (e muito a fim de levar sua mãe no show do Paul McCartney), Pe Lu revela que um músico que ele tem admirado muito ultimamente é John Mayer. "Para mim, é um dos melhores instrumentistas hoje em dia. O DVD dele é obrigatório."
Falando em DVD, o do Restart será direto ao ponto. "Pensamos em mil coisas, em 3D, mas pareceu mais legal mesmo filmar nosso show no Happy Rock, que é uma festa feita pela gente 100% e, modéstia à parte, é um sucesso." Segundo ele, o lançamento deve rolar até o fim do ano.
No evento da gravação, será lançado também um álbum de figurinhas da banda. Nesse dia, 4.000 exemplares serão dados aos fãs. O álbum estará à venda em bancas de todo o país.
Para finalizar, pergunto se ele imagina como estará o Restart daqui a cinco anos. Pe Lu pensa um pouco e diz: "É difícil responder, mas imagino que do mesmo jeito que somos agora: sendo totalmente sinceros no que fazemos."
Para finalizar, pergunto se ele imagina como estará o Restart daqui a cinco anos. Pe Lu pensa um pouco e diz: "É difícil responder, mas imagino que do mesmo jeito que somos agora: sendo totalmente sinceros no que fazemos."
Quem aí, concordou com absolutamente T-U-D-O que o Pê falou?
Nem preciso acrescentar mais nada....
FONTE: Virgula.com
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